Só isso.
Não me questiones nem me dirijas a palavra.
Permite-me o silêncio do teu abraço,
o teu calor como resguardo bendito.
Quero ser um sábio para não te deixar ir.
Ter a medida da tua medida!
Em ti quero ter o tudo por completo,
o nada por mais seja incerto!
Trago só desespero e tristeza acomodada,
guardada e ruminada no peito,
semeada no coração.
Tenho em mim só a noite
sem o madrugar e nascer dos dias.
Venho de longe de um sonho sem dono.
Trago promessas e esperanças quase vãs,
dadas num repente e pior ainda sofridas!
Olho para os Céus e sorrindo choro,
viro a face para a dar ao teu toque.
Sinto-me um livro sem páginas.
Sou despejado de letras e sons.
Apartei-me, sumi e no meio de tudo o que me rodeia,
perdi-me sem rasto ou sinal de passagem.
Vá abraça-me!
Não me questiones nem me digas uma só palavra.
Respeita-me no meu desejo de pranto,
nesta assunção de dor.
Renuncia-me,
mas guarda-me se for o caso...