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09/03/2018

Além


Sabe-me pelo meio.
Nunca inteiro nem sempre parcial.
Sem que me conheças o inicio nem que te seja visível a aparição do meu final.
Olha-me sem opacidades,
sem transparências ou erros de presumidas realidades.
Sabe-me por dentro.
Com a voz suprimida por um uivo num momento!
Sabe-me!
Conhece-me!
Distingue a minha mão nas outras mãos todas.
Vê-me como se revê uma imagem esfumada numa fotografia de um outro tempo...
E se sabe que ali estava quase que imune ao tempo.
Sabe-me como quem prova o sangue de um fantasma de uma outra Era.
Olha-me.
Já não sei se eu era, 
o que te era.