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30/04/2014

Um par

Ao olhar de todos:

Diálogos a dois.

Sentados no banco do comboio, 
mãos dadas e de tempo a tempo, 
nas paragens das estações ela o mira;
ele a olha e sem palavra alguma, 
os vejo a falar um com o outro usando o discurso 
do silêncio supremo nascido do amor simples, 
puro e suposto.

 

Como eu os vi:

Diálogos a dois.

As mãos na gaveta de outras mãos, 
mas não esquecidas, 
apenas resguardadas, 
plácidas e acolhidas.
Olhares que suspiram em conversas num duelo doce e aprazado, 
separadas por piscares e estridentes brilhos de emoção.
Dedos que se tacteiam nos pulsos e o colo dos antebraços,
em cadência de discurso de meiguice venerada e surpresa.
Testas que se tomam 
num caminho familiar e sem mapa, 
que aproveitam a oportunidade surgida, 
para adicionarem as faces na conta digna e lisa 
de um carinho mais.