Ao olhar de todos:
Diálogos a dois.
Sentados no banco do comboio,
mãos dadas e de tempo a tempo,
nas paragens das estações ela o mira;
ele a olha e sem palavra alguma,
os vejo a falar um com o outro usando o discurso
do silêncio supremo nascido do amor simples,
puro e suposto.
Como eu os vi:
Diálogos a dois.
As mãos na gaveta de outras mãos,
mas não esquecidas,
apenas resguardadas,
plácidas e acolhidas.
Olhares que suspiram em conversas num duelo doce e aprazado,
separadas por piscares e estridentes brilhos de emoção.
Dedos que se tacteiam nos pulsos e o colo dos antebraços,
em cadência de discurso de meiguice venerada e surpresa.
Testas
que se tomam
num caminho familiar e sem mapa,
que aproveitam a
oportunidade surgida,
para adicionarem as faces na conta
digna e lisa
de um carinho mais.