Perdido e achado,
nem aqui ou acolá.
Nem só ou ajuntado.
No meio de tudo;
não notado em lado nenhum,
nem num mapa ou num risco na areia húmida.
Assim fico e assim não me consigo
desmembrar e subir alto,
a um espaço onde eu possa enfim respirar.
Mas escondo-me atrás de um som.
Um grito ou uma falta de silêncio
que se escuta e não se agradece;
uma palavra que não consigo soletrar,
a que tenho apontada ao peito e escrita à margem do meu olhar.
Um corpo que observo de olhar sedento
no espelho e não sei de quem ele é.
Este desassossego é meu e partilha-lo
seria o início do meu bem querer alucinado.
Sim escondo-me atrás de um som,
Oculto uma e outra lágrima frouxa que teima em deixar de o ser.
O meu descanso,
a minha plenitude e cura,
não está onde vive a minha sombra a sofrer.
Sou uma cicatriz sem ferida ou nota de cor de carne.
Gangreno mas ainda estou de pé.
Não tenho cheiro nem sei ter fé.