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16/04/2014

Vulnerável

Ousei.
Desejei algo não meu de ter.

Nesse pecado pequei, caí.
Neste paraíso de outro alguém, 

queria ter o meu lugar.
 

Na luz da janela da casa familiar que não é minha, 
estava pronto a banhar-me longamente e talvez tomar posse.

Ousei.
Supliquei-me para não o fazer e para somente, 

sucintamente;
deixar andar...
Como a recordação de um filme muito mau 

ou uma canção melhor não cantada.
Sonhei ser meu o direito a ser feliz, 

de ser outra vez um com todos os pontos cardeais.
 

Esqueci-me que o direito a sonhar, 
a desejar a amar não pode ser corrompido
ou usurpado.
Que o meu espaço na vida não pode ser o sitio 
onde já estão outros pés assentes.
Mas eu ousei.
Eu cobicei.
Eu quase sonhei que fui por um bocadinho importante.
 

Sei que o já sabia.
Eu não tenho o direito.