Existem os que julgam
que a vida é construída de momentos,
instantes debruçados em
segundos duradouros aos seus olhos
assumidamente interessados.
Mas esta afirmação não é assim tão fidedigna
ou simples de deter.
Mesmo nesses supremos "piscares de olhos";
o tempo,
a luz, os Céus,
as sombras e os dias mudam e reinventam-se
tornando-se memórias,
melancolias,
cenas de um palco só nosso num teatro lá longe
com a cortina quase a terminar de descer.
No fim de contas,
nada é duradouro,
estável ou estático.
Tudo tem de ser alimentado,
acarinhado pela razão da efemeridade inerente.
A fragilidade de um rosto é algo a não descurar.
Preservemos,
valorizemos cada momento como se ele,
já tivesse ido.
Valorizemos as esperanças e lágrimas,
os sorrisos e as certezas delicadas.
Cada único sopro de ar.