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30/04/2014

Un espoir

Penso em ti.
Penso e repenso sem sequer ser por linha ou por extenso.
Penso em ti na ilusão,
na incerteza, 
na destreza no tracejar num papel.
Na linha pautada de um viver.

Penso em ti como as abelhas 
que tem o propósito do mel e aí o fel da vida, 
não me é mais sentido.
Repouso em ti o pensamento, 
sei que este é o caminho que me leva de encontro ao Mar meu.

Renasço em ti no instante perseguido 
de um sublime despertar desapegado sem voz de luto.
Respiro em ti.
Faço a prova de que estou vivo no espelho a bafo revelado.

Vivo.
Recuso-me a não pensar em ti.
Não pensar em ti é admitir que sou ninguém, 
fantasma obnóxio.
Eu tenho de ser gente; sei o que sou.
Ao pensar em ti faço-me peça a peça, 
componho-me e remendo-me.
Volto a reconhecer a minha pegada, 
o meu cheiro e o meu toque, 
a minha coutada e endereço e onde está o degrau da escada.

Penso em ti.
Como não?
Dia após dia,
vida até à morte.
Minha alma abraça agora outra face, 
doçura, 
confirmação ou apenas 
fado e sorte.
Não me iludo-me só.

Penso só em ti.