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23/05/2014

Assim seja

Recebo-o nos meus lábios e aceito-o. 
Esse teu beijo,
a corajosa cedência, o milagre doado e a tão doce seda 
em chamas e Luas bravas!
Como o primeiro foi não serão mais, 
mas este beijo é nosso. 

Não uma propriedade dada ou herdada, 
mas nosso, 
por inteiramente nosso!
Um presente no começo deste principio dos amantes.
Um beijo que era sonhado e não ensaiado, 
ao qual toda a importância era atribuída como sendo a confirmação;
o pioneiro sacramento da prova.
A substância de que temos a chance e todas as hipóteses fundamentadas,
servidas em pratos de barro e loiças antigas de tons azuis,
que se servem em dias de festa.
Somos as parcelas certas da conta 
que se faz ao contrário e que dá resultado afiado!

Aceita mais beijos e mais beijos eu te peço.
Beijo a beijo, mão aos sentidos e toques,
vamos calando as dores e dispersando os medos!
Vamos arrumando os nossos segredos mais íntimos e devaneios passados.
Se és Sul eu serei o Norte.
Assim somos o rasto e a passada,
a imagem e o espelho,
diferentes e desiguais em igualdades!

Mas olhas-me e derreto a dor. 
Vejo-te e a força de ser teu arrebata-me, enfeitiça-me e repousa-me.

Assim seja.