Estou
sentado na minha cama de lençóis castigados.
Não
durmo,
não repouso nem me consinto ao descanso.
Não
o quero fazer!
Se desperto deste sonho feito encanto,
dou-me conta de que apenas foi um sonho?
Não! Por
aqui me fico,
resistindo, repudiando, saturando e sumindo.
Não
durmo e nem o quero ou o posso fazer.
A
tua voz meiga,
a tua mão quente e suave,
com o saber de quem me sabe amorenar;
toma-me, leva-me e recolhe-me.
Abraça-me por entre os dedos e lá me põe a morar.
O
bater do meu coração
já não leva em conta a sua importância.
Por
ser vizinho do teu,
maravilha-se,
perde a essência única e permite-se a ser teu.
Vou
cedendo...
Beijas-me
a testa,
desenhas com beijos nela um meio circulo.
Passo
a ponta dos dedos pelas tuas costas frescas,
escrevo à largura delas o poema de uma Lua cheia,
aprimorada nos Céus e de olhos postos
nos amantes que passam na rua.
Neste
carinho sonhado meio ébrio a dormir,
meio em torpor de despertar;
acerto
a minha face ao teu pescoço gracioso,
escondo-me da luz com a cortina dos
teus cabelos.
O
teu cheiro amansa-me.
Ouço-te
falar como se aqui estivesses,
juraria que a tua voz eu escuto.
Dás-me
a certeza que o meu caule é dentro de ti,
o meu sopro é regido no teu
respirar.
Adormeço
contigo, comigo em contorno fino e cuidado de ti.
Escrevi-te.
Esta
carta ou será uma memória de um sonho sem par
ou parte da glória arrecadada de um amor.
Adormeci.