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25/05/2014

"Os Hipopótamos ensinaram-me a nadar"

A tua palavra com as letras ao número pensado.
As surpresas dadas aos toques.
Os segredos que deixam de o ser entre nós dois e que viraram mundanos.
Sedentos suspiros exalados em respostas aos sentidos e reacções avivadas 
pelo nosso calor.
A tua palavra.
A carne que é carne e eu assim desejo maciamente morder-te o ventre.
A verdade que nos tem de olho de alto a baixo.
O saber domar a alma e sublimar as dúvidas,
a luta renitente e cruel contra o medo de não poder, 
de não ser apenas um ser amado.
Este peito que fica com cavalos bravos por dentro e sem jeito.

Não sou igual.
Não és a mesma.
Esta peça traz dois novos nomes à cena.
Não trazia data, começo, nem se toma certo o fim da tournée.
Fizemos tudo ao início, 
tudo pela ordem desordenada e muito só nossa.

Aquilo, o que fazes quando olhas para mim sem saber que olhas.
Toma esta mão e tua mão nua quero na minha.
Abraça-me como o vento se faz em abraços ininterruptos às árvores.
Estás na cozinha a preparar o almoço com a minha companhia.
Ouço o que nunca escutei.
Acarinho como nunca acarinhei.
Vejo os relatos de aventuras em selvas de brincar.
Tremo e sossego nos primeiros encontros.
Mas no fim e no principio, a tua palavra, os teus...
Está tudo também em mim agora.