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27/05/2014

Como tu

Dei-te um segredo.
Um daqueles que é só para ser traído
num instante de um segundo e esquecido num segundo instante.

Dei-te a forma mais interessante 
de saberes algo de mim 
que mais ninguém sabe ou conhece.
Sei que não o dizes em voz alta e que o guardas com um sorriso blindado, 
de quem tem um tesouro.

Era um segredo de um,
a meias passou a ficar guardado.
Sem medo ou vergonha de o partilhar perguntei-te somente 
se querias saber um segredo meu.
Com resposta afirmativa na ponta da língua e com o sentido 
de oportunidade alerta, 
deste o aval e eu a confiança.

Dei-te um segredo meu
daqueles que apenas se contam a quem se ama com tudo o que se traz,
sejam segredos, calmas, medos, degredos, 
passadas em falso ou a direito sem temer as consequências, 
actos irreflectidos ou de pensamento de horas, 
suspiros e falas mordidas, 
raspas de lágrimas e fagulhas de risos.

Dei-te um segredo meu, 
um que te fez sorrir e corar nas noites e nas manhãs.
Disse-te apenas que nunca amei assim ninguém como tu.