Translate

04/05/2014

Adágio

Vives no meu peito.
Nele tens morada com uma varanda a teu jeito.
Canteiros de flores que escolhes 

a rigor de um encantado bordado aprimorado.
Cores minhas, 

tuas e as de nós dois.
 

Vives no meu peito.
Nele tens o endereço justo.
Moras à larga, a teu preceito

sem qualquer desconforto ou custo.
Vives em mim e neste lar 

tens o teu lugar e licença de aqui ficar.
 

Um telhado de telhas antigas 
em rendas de chuvas frescas e límpidas.
Gotas e gotas em queda livre, 

sem aparo soltas.
Vives no meu peito e aqui tens o teu sítio de ser.
 

Sem nada a mais ou a menos,
ou demais por escasso;
vives no meu corpo.
Aqui tens morada e um descanso só a teu modo

onde dominas o fim do teu passo.


Neste corpo cabe só o teu assim.