Vives no meu peito.
Nele tens morada com uma varanda a teu jeito.
Canteiros de flores que escolhes
a rigor de um encantado bordado aprimorado.
Cores minhas,
tuas e as de nós dois.
Vives no meu peito.
Nele tens o endereço justo.
Moras à larga, a teu preceito
sem qualquer desconforto ou custo.
Vives em mim e neste lar
tens o teu lugar e licença de aqui ficar.
Um telhado de telhas antigas
em rendas de chuvas frescas e límpidas.
Gotas e gotas em queda livre,
sem aparo soltas.
Vives no meu peito e aqui tens o teu sítio de ser.
Sem nada a mais ou a menos,
ou demais por escasso;
vives no meu corpo.
Aqui tens morada e um descanso só a teu modo
onde dominas o fim do teu passo.
Neste corpo cabe só o teu assim.