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30/01/2014

Partitura

Vejo-te.
Tão bonita e imperturbável na cama desmanchada,
uma testemunha silenciosa das nossas acções sem sono. 
Estás prostrada como uma metade de mim.  
O cabelo desbravado no travesseiro.  
Um só lençol a ser desleal e a permitir adivinhar sem esforço, as tuas formas.
O teu braço acorda e procura-me ao lado.  
Os teus olhos ainda meio adormecidos,
suspeitam do que o teu braço não presume.  
Procuras-me.  
Encontras-me tão rapidamente que o anuncias com um sorriso.
Redigo que estás linda agora em voz alta.  
Dizes que são palavras de quem ama e não muito objectivas.
Falas-me então dos teus defeitos matinais.
Eu sem incertezas, contrario-os todos enamoradamente.  
Chamas-me para a cama e apelas aos meus lábios beijos aos teus.  
Estão quentes e ao meu gosto,

beijo-os como se cada vez fosse a ultima.  
Passamos a ter um só nome, só uma só certeza.  
Destinado a ser teu abandono-me na tua sedução sem medo.
 
És musica e no meu coração a única partitura que lá vive.