A minha alma não chora agora por não te ver.
Creio que é um choro estupidamente antecipado
à hora da tua visão eu, já não ter.
Eu presumi que tudo o que afirmavas era lei e verdade.
No entanto, não era desse modo.
Dizias o que te desse jeito, o que me soasse perfeito e adocicado.
E agora?
De noite sou um indigente.
Sem caminho, renda ou destino num qualquer futuro.
No dia torno-me um ditoso indiferente.
Implicado e duro.
Anseio uma morte.
Aspiro o sabor de não conhecer a carta das minhas chagas;
por voltar a ser inocente!
Quero tanto as noites de breu e sem lembranças,
essas quentes adagas afiadas.