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31/01/2014

Horizonte

Nunca soube.
 
Nunca decidi ou ponderei o que haveria de ter feito ou não.  
O meu viver é um aglomerado de notas de rodapé.  
De impulsos e de desejos ditos de coração.  
Os meus rumos têm a aparência de terem sido desenhados   
com o uso de esquadros disformes.  
Luto sem sentido.  
Medi com recurso a um compasso quadrado as minhas rotas.
Uni com um tracejado por pontos cada próximo passo a dar,  
cada destino final.  
Tenho alguém a quem importo, 
uma que por mim choraria.  
Senão Ela quem mais?  
Não fui temerário nem explorador ao acaso.
Sempre assumi o meu caminhar.  
Assusto-me apenas agora com o facto de não conhecer,   
o lugar para onde os meus olhos se dirigem.  
Sempre desejei não ser mais do que quem ama.
Quem ama bem.
 
Eu nunca soube.