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31/03/2014

Tábuas

Maldade sobrada
regada a sangue e mel,
trago em mim para te querer mal! 
Mas não o faço! 
Não sou capaz!  
Tenho este amor arpoado,
sincero e puro,
só para te amar!


A loucura soçobrada é minha companheira de leito.
Habita-me contrafeito 
para que possa sofrer mesmo assim por ti.


Esta vida a que chamo minha será ela tua de dispor;
se por um segundo a jeito, 
uma palavra roçada a amor,
viaje da tua boca de pedra para este alheado coração
que é meu de pulsar e teu de dar guarda.


Por isso fala!
Proclama esse teu amor,
bate-me no peito,
fere-me de morte! 
Dá as tábuas do meu caixão
a terra fria e o jazigo de pedra branco.
Mas diz e grita o que sou!


Por um segundo fútil que seja,
dá-me conta de que estou aqui;
rouba-me o olhar e o nome deste homem que te ama!