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20/03/2014

Retalho

Bordo em linha rija da cor do breu, 
o bordado retocado de um passado,
numa juta de cores desmaiadas.

Bordo, corto, faço, 
coso e desfaço;
relembro, 
remato e me encanto.
Choro e rio, 
crio e desmancho este bordado
que tem o padrão ditado à imagem de um segredo pousado.

Depressa desperto, 
subo na cama e me encontro certo.
Finalmente destruo tudo e atiro 
as linhas ofendidas para um canto escuro e velho
sem a nota de rodapé numa qualquer memória 
ou desenho, 
afincadamente guardado.

Fecho os olhos para me encontrar, 
mas nem desta forma
tosca e parcimónia,
eu sou capaz de saber de mim.