Um só compromisso

Fui o teu primeiro beijo,
aquele que é suposto ser o que nunca mais se esquece.

Fui o teu primeiro homem.
Quem te deu novas sensações e quem 

ao teu corpo ofegante se ofertou.
Fui o teu primeiro sonho,
um sonho que é tido como sendo só pintado de sentido
se a dois sonhado.
Fui o teu primeiro companheiro.
O alguém que te recebia,
aguardava e regressava a ti.
Fui o teu primeiro oponente;
capaz de um não quando ansiavas por um sim,
que não era o sim certo de ser dito.
Fui a tua paz,
a acalmia depois dos esforços nas tuas lutas diárias.
Fui o primeiro que te olhava nos olhos;
se perdeu neles encontrando-se nos teus dedos depois.
Fui o primeiro homem que te embalou.
Tu a primeira mulher que me quedou e fez ter tempo de ser.
Fui o primeiro homem que te amou,
o primeiro homem que amaste tu.
A ultima miragem que vias antes de adormecer.
O teu rosto a primeira imagem no meu despertar.
Fui o primeiro a ser digno do teu respeito;
demonstraste-me como uma alma se pode doar a alguém.
Fui eu que primeiro fiz-te sofrer.
Obrigastes-me a chorar por amor e fui eu quem te deu a saber 
o que é um adeus a doer.


Foste tu quem me ensinou o que é a ausência num peito despido;
uma existência que se cala por não ter

motivo mais para existir.