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30/03/2014

Mural

Neste sopro de ternura,
nas páginas da sombra da minha vida escura,
no momento em que foi gravado 
a ferro em brasa em mim, 
selado a lacre cor de sangue;
num desespero soturno e abusado que terminou e ficou 
sem mote para ser visto,
numa loucura sábia e azul, 
supra pensada e matutada,
nas tensas calmas raivas 
dos que me nutrem a voz de fervida ira;
nos recantos e esquinas sujas 
apelativos de duvida na minha mente e razão,
na arritmia do coração 
a que apelidei de meu que agora jaz quebrado,
aprumadamente estilhaçado,
no segredo mal amado e embevecido 
por debaixo do meu travesseiro...

Surge esta minha inóspita sobrevivência e potestade.
Estranhamente;
não sei eu de onde ela nasce e corre.
Existe, 
é e vacila sem queda ou tombo malhado.

Vai consumindo-me, 
amando-me e retorquindo que é também parte numeral de mim.
Ficamos pois assim.