em desertos de falas esquecidas, inoportunas sem noção;
amantes não defendidos e visíveis só em contornos
de sombras por entre paredes desmaiadas.
Saborosos calores e famintas bocas
dos que não chegaram a ser amantes atempados.
Corpos emparedados
na mente e na respiração de quem não deixou de os amar.
Tempos que já se foram,
que não regressam nem demoram.
Candeias iluminadas ao fogo dos beijos abrasados,
de lábios molhados sem nada a contrariar.
Deixai-os para ganharem o seu lugar no panteão do coração
de quem conheceu o amor arregaçado, desimpedido e desfigurado.
Honrem a sua existência!
Saibam ser a demonstração singela de que a verdade foi mesmo essa!
Mais nenhuma.