Fiquei comigo e com o namoro do meu acordar.
Trago do sonho
uma sensação familiar nos meus lábios.
Nas narinas um perfume cuidado e repousado,
algo meu conhecido e no entanto,
recente e potenciado de esperança.
Suspirei e sem abrir os olhos,
respirei a peito feito
como se não tivesse a memória de como o fazer.
Como se eu aguardar-se
uma ocasião insuspeita para tal.
Abro os olhos e dou contigo aqui,
ao meu lado no lado teu da cama que é partilhada a dois.
O meu braço dormente é o teu duro travesseiro,
que amarras com a tua mão para não sucumbir.
Dormias ainda;
serena,
sucinta,
pousada e em paz.
Dormias a meu lado e dei-me conta apenas,
com toda esta pureza,
eu não precisava de mais nada.