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26/03/2014

Resquício de tempo

Fiquei comigo e com o namoro do meu acordar.
Trago do sonho
uma sensação familiar nos meus lábios.
Nas narinas um perfume cuidado e repousado, 
algo meu conhecido e no entanto, 
recente e potenciado de esperança.
Suspirei e sem abrir os olhos, 
respirei a peito feito 
como se não tivesse a memória de como o fazer.

Como se eu aguardar-se 
uma ocasião insuspeita para tal.
Abro os olhos e dou contigo aqui, 
ao meu lado no lado teu da cama que é partilhada a dois.
O meu braço dormente é o teu duro travesseiro, 
que amarras com a tua mão para não sucumbir.

Dormias ainda;
serena, 
sucinta, 
pousada e em paz.
Dormias a meu lado e dei-me conta apenas,
com toda esta pureza, 
eu não precisava de mais nada.