Não fales!
Não abras a boca,
a tua voz não se torne audível!
Não me venhas berrar intensa,
decidida,
com um discurso certo e acuminado!
Não tenhas na oração o ditado abandono!
Por isso redigo e ordeno em facto a consumar,
não como consumado,
que não sejas
capaz deste ajuntamento de palavras
formando as frases que não desejo escutar!Não venhas dar-me um adeus amansado.
Não o faças nem por meu bem ou por teu suposto mal!
Não ajas deste modo repensado como quem requenta um prato
que esfriou abandonado numa mesa posta com um lugar a mais.
Não me digas o que me vens falar.
Se será para ires embora, segue apenas.
Vai-te!
Se não me amas,
para me dizeres adeus
nem precisas de falar.