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10/03/2014

Febre de alma

Numa torrente sem travão ou impedimentos, 
caem por terra todos os argumentos e contraposições.
E se mais existam, 
mais venham para ser derrubados, 
prostrados, 
esquecidos por brumas de outros lugares afastados.

Nada o pode deter
nem parece que surjam forças com capacidades tais.
Nenhum poema, 
palavra ou grito em reza,
o cala, seduz ou retém!
Nem o murmurar mordido de uma bala disparada
por não se sabe quem!

Sob os pés;
a poeira dos sonhos despejados e calos nas mãos quentes de esmurrarem 
os muros das cores vazias.

Por fim irá chegar lá.
Ao final da caminhada, 
ao lado do lado dela.
A paz descerá sobre ele;
coberto o seu passo ficará cansado, 
lerdo e o seu olhar tornar-se-á sereno e aveludado.

Entre a saudade da verdade despida e a abundância 
dos beijos repetidos sem repetição à vista;
reside o repouso dos penados por amor.
Nos naufrágio dos braços feridos em abraços estridulares,
morrerei por ti sem morrer por mim.