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30/12/2013

Diálogos de surdez

Todos me questionavam quem eu era, 
de onde vinha quem havia sido, 
o que desejava ser.

Todos não falavam um na sua vez, 
mas sim todos ao mesmo tempo em segundos de horas eternas.
Nos seus excessos de perguntas, 
questões, demandas e procuras incessantes;
nem sequer se preocupam com as respostas,
nem por um minuto mesmo se lhes prendiam as línguas 
de modo a ponderarem as palavras que eu expelia.
Eu quase que ao gritar para eles murmurava ao vento.
Não eram as minhas respostas que desejavam nem o odor da minha voz!
Nos seus lábios iam pernoitando vocábulos de inquisição,
de muita expectativa e pouco discernimento.

Ao que parece nos seus ouvidos só seriam senhoras as respostas que eles já conheciam.
Apenas as desejavam escutar ecoadas com anéis de bom senso;
propriamente apropositados a uma realidade sem senso algum...