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12/12/2013

Atilhos

Minto-me.
Minto-me dizendo que não sinto.
Não sinto e logo não permito a que me possam sentir.
Sentindo-me como eu sinto,
permitindo a que eu não me minta para poder existir;
a tal coisa a minha alma não se podia permitir.

Minto-me para que não me faltes.
Faltas-me e se não me mentir, 
sinto comigo a falta que isso me traz.
Não revejo o que tenho pregado em sangue, 
essa tua lembrança que eu já não suporto e trago 
por me permitir a isso sem ter medo.
Um dia talvez eu seja plenamente dela incapaz.

Percorro-me e busco em mim uma réstia.
A réstia do que eu era quando não me mentia.
Não me mentia e verdade eu fui.
Por mais dor que remoía, 
eu era e aí sentia sem nem um passo indolente atrás!


Não me conheço.
Conheço a mentira espalhada do que me tornei.