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28/12/2013

Como peões

Vivo num tabuleiro de xadrez com um quadriculado tão diverso, 
que parece ser apenas feito de quadrículas negras.
Tão díspar que não me sei posicionar em ponto algum.
Este mesmo tabuleiro de jogo jogado sem sentido por opção, razão ou honra;
apresenta-se apoiado numa mesa com uma perna manca 
sem que lhe reconheçamos o contorno para a identificar e remediar.
Vou tentando, ensaio a ensaio e jogada a jogada;
fazer um xeque-mate ou pelo menos um xeque paralisador momentâneo.
Posiciono-me em modo a que me seja passível a respiração sem ser ofegante.
Movimento-me em delineado acaso.
Acabo por não ter a noção dos bispos, 
das torres, dos cavalos e peões todos que me vão cercando.
Acoitado resto-me.

Por momentos, 
é-nos benéfico vislumbrar o jogo por fora e presumir a próxima jogada.

Nestas estão progressos e retrocessos de mim.