Aquele beijo caído,
tombado e preferido.
Uma pedra atirada ao charco e na água quieta
sem mesmo a mesma, inquieta ficar,
uma rosa em sorriso.
Lábios arregaçados
com vontades de matar a beijar.
O sonho escondido,
guardado em arca de idade santa,
repousado, recordado.
As tuas mãos emolduradas,
apeadas dos abraços ao meu rosto.
Uma Lua tida só em gemido
com grande gosto.
As rotas já vazias,
as estradas banais sem ninguém
em passadas no chão molhado.
O calor esgotado,
sem gestos frios que não o são mais.
A cama despida de nós,
sem nomes e sem noites demais.
Um anúncio de uma despedida beijada,
uma só diferente de outras tais.
As janelas em cortinas de sedas acres desiguais.
A porta a bater
em tons de amarelo.
O vão de escada a rir
de todo este rendilhado.
O gato a perder o miar
que lambe constantemente o pêlo.
O tempo em alguém devagar,
um ser ancorado,
fixado, descoberto ou perdido,
na terra,
no deserto ou fundo do mar.
Só este fogo que me despedaça,
me constitui e desgraça,
me ama e insulta.
Sofro e sorrio.
Descuido e cuido.