A pintura única do mudo.
A voz proferida do surdo.
Tudo o que me calam
são as palavras que eu não digo mais.
Não as relembro por não serem já minhas.
Não mas tiraram,
mas também não as quero.
Temo o norte dos meus sonhos.
Temo a luz que me alumia.
Não sei se não serei refém da escuridão,
mas nela eu cá sei
quando é o meu peito que se eleva.
Trago guardado um medo.
Não o medo pelo medo,
o medo do cobarde.
Tenho medo por saber
que afinal sou capaz de ter
medo de mim.