Translate

05/11/2014

Osmose

Mirro.
Fraco fico.
Forte fui.
Passo por o acaso 
do espaço onde vivi.
 
Filho fui e filhos 
não tenho.
Sou o espanto da espera.
O despeito a um canto com jeito de fera.
Agora mesmo, 
neste infame segundo,
tomo-te nos braços como se guardasse 
neles o mundo.
 
Passo.
Sopro-te 
um som de voz.  Deleito-te e sou só mais uma brisa 
rosa no teu rosto.
 
Hoje, 
agora rei.
Amanhã,
a lembrança 
de um monarca deposto.
Trago-te num sonho nunca tido. 
Eu que rasgo as pedras das estradas,
caio por fim,
no lugar que me cabe. 
Na ausência da minha memória. 
Um vácuo sem história.
A certa falta de mim.


Amar 
nunca foi assim.