És a minha canção favorita.
O poema que li e que apagou
todos os outros poemas já sentidos em mim.
Tu és onda que ultrapassou
a sétima e se fez onda suprema.
És o quadro de Renoir
que ele nunca pintou acordado.
O romance que Eça só escreveu
em rascunho e não o deu ao mundo.
Tu trazes-me o sabor
da broa de milho quente nas escadas frias,
na memória da minha infância.
Recordas-me de como parar é bom.
Partir pode ser mais que fugir,
o amanhecer não é só a noite
que se abandona.
Coses os meus pedaços
com a linha da serenidade.
Unes-me e torno-me são.
Abraças-me em abraços de abrigos.
És Tu.