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25/11/2014

Ribeira de Fráguas

A mesa posta.
O céu tão alto e sem perfume...

Os pratos no seu lugar em colocação disposta.
Os passeios a pé nos dias de calor nas terras dos meus...

Os copos arrumados no seu espaço destinado.
Os segredos que aquela janela da ruína encerra...

Os talheres enfileirados em pose prestável.
Um bailado de mãos dadas em prazer primeiro...

O pão fresco, quente, recente a estalar ainda ao meio.
Olhos fechados em recordações de infância simples e sem mal...

Os lugares certos à mesa forte e antiga.
As vozes que eram minhas e só minhas, as que não ouço mais...

Todas as cadeiras tortas ou direitas, 
feitas para só sentar, sem número exacto.
Os beijos que não tem conta...

O almoço está pronto.

A mesa está posta.
A saudade nela toma seu espaço.
Recordo tudo sem lágrimas como quem 
deseja chorar...