Não gosto de pedras soltas.
Nem aprecio palavras moles.
Abomino as sombras nuas
de seres vagos e vidas sem livros.
Tolhem-me os ouvidos
os discursos sem língua.
Enojam-me as ruínas falseadas
que até dão jeito.
Odeio os risos fáceis e sem gosto,
apreciáveis de circunstância.
Enraiveço-me com as conversas
repetidamente da ordem do dia
sem fim nenhum.
Irrito-me com os que
num dia de Sol de Inverno
saem à rua de chinelo de praia.
Falta-me a paciência para aturar
quem só sabe dizer
que existe sempre o contrário
do copo meio vazio.
Arrepia-me quem diz
que já sabe tudo.
Acima disto tudo,
simplesmente,
não suporto neste mundo,
o estar sem ti.