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30/09/2014

Sei-te

Dou-te as horas.
Dou-te o tempo.
Entrego-te a palma da minha mão,
nela todos os meus segredos.
Entrego-me na inanição de ter-te.
A ti eu quero.
Sem gotas de sangue nos teus olhos,
lágrimas pesadas,
pensamentos recusados.
Tomo-te as horas,
fico-te com a voz errante,
dou-te todo o tempo do tempo.
Ajeito o teu rosto,
tomo a forma do teu olhar e nele 
tenho o meu espelho sincero, 
sem pontos ou cicratizes escondidas.

Sei do tempo.
Nos teus braços, 
não há tempo nem horas.
Nem sinais ou ventos.
Nem se escuta o gemido dos minutos,
que é rei quando não estou contigo.