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30/09/2014

Morte

Não vou olhar para dentro.
Não sei se o posso fazer.
Não quero mirar-me.
Reconhecer que não me reconheço.

Sei tão bem esconder os segredos 
dos que a mim segredos confiam.
Sei ao mesmo tempo 
que o faço à tanto tempo,
que já não discirno quais são 
os meus segredos
dos segredos dos outros.

Se eu pousar as lágrimas no meu peito,
poderei em segredo desvendado chorar?

Mas não...
Não vou olhar para dentro.
Não vou chorar nem sequer um momento.
Vou erguer as costas e caminhar ao desvario
das estradas.

A um destino eu vou chegar.