Creio em raios e em trovoadas de falas.
Creio no início e no fim do mundo,
sei das palavras, sei dos corpos,
das pombas,
das nuvens e das velas empoladas.
Mas eu os vejo.
Provo-lhes o rasto.
Ocupo-lhes as certezas fáceis.
Senhores dos passeios em pedras calcadas
com desenhos e códigos anciãos.
Mestres das cidades sem sonhos.
Dos passos dados por automatismo
sem hesitação, sem um beijo orfão.
Sei reconhecer-vos.
Não me enganam mais.