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02/06/2014

Mansidão

Parto,
não fico e vou-me daqui!
Daqui eu saio,
onde quer que seja aqui.
Eis que a razão se tolda,
o desespero acaba em demora e sofre a calma.
Nada mais se acolhe.
Não permito.
Nem sei porque parto nem se não fico!
A esta incerteza eu apeteço.
Eu não me sei de outro modo hoje.
É como se tivesse abandonado o reflexo do espelho e o espelho nada viu.
Recordo-me e assombro o que me assusta em sentido de lei,
mas eu quero lá saber das leis!

Mas tudo...
O que seria ter o saber para tudo mudar num ímpeto de um fogo crispado!
É tarde e não deixa de ser a altura e modo certo.
Escoro-me e arribo-me em reticências supostas e não ainda vividas.
Carpirei com razão, 
o que a minha mente me diz;
mostra, sublima, recebe e renomeia.
Por isso eu parto,
não fico nem sei se até já parti, 
mas parto e vou-me daqui e daqui já saio de vez!


Dá-me o dom da paz.
Eu sou a noite viva dos teus dias!
Não o vês?