Sem estar neste nem n´outro mundo.
Espalho o meu corpo por onde passo.
Tenho embutido em mim a busca de um abraço.
Ando só moribundo.
Não sei se tenho campa ou endereço.
Tenho mágoa e rudeza num peito sem preço.
Morri mas ando ainda no topo do mundo
Só moribundo.
De refeição como a minha língua de lado.
De sobremesa a ilusão de uma luz lá ao fundo...
Não estou morto,
mas tenho o olhar emparedado.
Durmo sem repousar,
um sono amargamente profundo!