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22/06/2014

A esquecer-te

Nem mágoa!
Sangue e falta dele!
Um pedaço de carne regada.
Nem o meu corpo aos pedaços!
Nem a palavra retirada ao contexto
ou o contexto removido de sentido
ou o sentido remexido!
Nem a realidade e o ser-se realidade!
Nem os olhos em pesado e ritual cansaço,
um estar fatigado de mim!
Nem a alma em abandono gratuito!
Nem o abandono célere a que me ofertei!
Nem o morrer a sonhar em luz...

A escuridão, breu do meu antigo sorriso.
Nem que seja eu uma ponte sem margens,
que faça das noites e madrugadas,
retalhos de sono sem repouso ou suplício de descanso!
Nem que o vinho não acabe!
Nem que as lágrimas sejam de ouro!
Nem que o meu peito seja calmo, 
desprovido da dor e do desespero em revolta e raça!
Nem que eu queira não te amar!

A morte é eterna,
como eterno é o amor.