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04/06/2014

Até ao fim

Antes da noite acabar e a madrugada lhe roubar o poiso,
olhei para ti acordado em maravilha.
Dormias e se ameaçavas o despertar, 
os meus dedos o negavam em carícias.
Palpável lá estavas.
Eras ali, 
ao meu lado na cama doce e aquecida.
Não era uma ilusão formada ou conto que li,
que inspirou um sonho,
com um acordar em pesadelo.

Estás e sinto-te aqui.
Afago os teus cabelos, 
sou o teu guarda.
Vejo a tua boca, 
o fim do teu queixo,
a percepção do princípio do teu pescoço.

Respiras.
Dormes junto a mim.
Como que por intuição desmedida,
agarras o meu braço e o repousas a enlaçar a tua cintura, 
espalmando eu a minha mão nas tuas costas em mar de sedas.


Permito-me a adormecer.
Sinto-te aqui.
Não estás nem onde eu acabo nem onde começo.
Estás em mim.