Recordo-vos em vida.
Não darei azo às imagens após da vossa morte.
Aquelas que foram tiradas
com o profissionalismo repenicado,
retirado de emoção.
As fotografias do último instante.
As faces incrédulas,
o olhar surpreso e a medo;
a instalação perpétua final do horror da certeza da morte!
A interrogação,
a pergunta que fica na boca antes do adeus ser atirado!
A negação da resposta;
apenas a execução do ato sem remorsos.
Recordo-vos em vida e não permito que vos esqueçam!
Não deixo que a vossa marca na História caia e suma!
Recordo-vos vivos,
em faces de sorrisos e doçuras de Mães e Filhos.
Temos que saber o que vos aconteceu!
Não pode acontecer outra vez!
Não deve acontecer nunca mais!
Recordo-vos em vida.
Todos Vós estão vivos em nós.
Lubny 14/10/1941