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15/02/2014

Reconhecimentos

Nas horas bravas que precedem o raiar do dia, 
as ruas desertas e de enchentes vagabundas são posse minha.

A minha sombra desertou-me.
Onde está a esperança que é própria de cada ser e que eu já não tenho?
Trago uma imagem de um sonho de abandono ao Mar.
Prometo-me a não dizer o que vou tendo em temor, 
deixando passar as listas de palavras equiparáveis a chagas
ditosas da pena que vou carpindo.

Caminho, 
ando dado e acorrentado ao vento.
Num supremo constatar da minha ilusão, 
trago uma miragem de sorriso;
efémero e sem suor ou desejo de ficar!

Sofro e só assim me deixo estar.