Não saber mais o que dizer,
como agir, protestar e fazer luto!
Não perdoar a quem nos trás mal.
Não brotar sentimentos na ilusão nascida do toque meigo
de um dedo à pele do nosso rosto!
Não perceber o que não se compreende,
o que não se entende.
Notar que o Céu está lá em seu posto.
Que o Mundo roda mesmo que não tenhamos nós
o inicio de um sorriso!
Não se sentir que se é alguém a não ser quando nos doa a veia grossa da vida!
Deixar de pernoitar nas sendas certas ou erradas,
que mesmo acertadas ou erróneas,
são nossas e de mais ninguém!
É assim não ter a percepção de que me minto;
que disputo o sitio de mim com a tristeza das rotinas,
que me contorna e perscruta.
Que eu não cuido que sou eu que estou num reflexo qualquer,
uma minguada imagem num espelho airoso que não é meu.
Acabo amando a memória de outras eras,
que outros tempos,
apenas já o são.