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24/02/2014

Fado

No meu silêncio 
escuto o percutir do meu coração.  
Ouço-o em simplicidade antagónica.  
Não o ouvir mais seria a prova da minha anunciada morte;  
a minha finalização.
 
É a reprovação e a comprovação 
de que estou vivo desejoso do não o estar.  
Os meus sentidos seriam adormecidos de vez e não teriam
mais modos de me abocanharem.

O capitulo ultimo da minha vida,
devotada a não ter devotos,
seria vivida passo a passo,
entre risos e ecos de carpideiras.

O sentido dela?
Nunca o soube descortinar.
Posso afirmar sem dados em negação,
que a vida que foi-me destinada;
nunca eu a tive na mão.