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18/02/2014

Ruanda

Recordas-te de ter ouvido falar das forças que se fazem notar
nas sombras dos sonhos dóceis dos homens de bem?
Lembra-te do que era teu, a humanidade una e dita banal?
Noutros tempos ainda inocente?

Agora suporta os erros de dor que foram teus,
que deste à luz do dia!
Desperta para a realidade do que te tornaste,
vê os traços e ordens do modo de vida que escolhes!
Pensa, medita se fores capaz!
Sente na sua alma escura o que és!
Sonha se ainda puderes sonhar;
com tudo o que poderias ter escolhido,
com todas as hipóteses que tinhas à disposição!
Sabes que és agora um ceifeiro de vidas?
Não tens alma ou lugar nos Céus!
Olha bem no fundo de ti!
Sente o que o compõe a massa de que és feito!
Sofre porque mereces sofrer!
Que vejas os olhos de cada um que mataste de cada vez que fechares os teus!

Mercenário a soldo,
sem causas justas ou injustas!
Mercenário marcador do saldo de vidas esquecidas,
que se cruzaram contigo por infortúnio e desgraça!
Não sei se te perdoam!

Podes ter dinheiro,
ser importante na farda que usas,
ter até família, achar que és alguém;
mas perdão não!