Não vás embora agora que ainda é tão cedo.
Não saias agora para o frio agreste,
que corta as lágrimas de quem chora,
que despe um sorriso a quem o veste.
Mas se fores embora, vai-te de uma vez!
Uma sem retorno, regresso,
revolta, retrocesso!
Se fores embora, não ficarão em mim
mais recados de ti,
nem no meu peito o teu toque,
nem na minha boca o sabor dos beijos
a teu jeito.
Mas não vás embora agora.
Quero-te em mim.
Como a árvore quer a raiz.
Sem frases a fugir com palavras
que desejam ficar e silêncios
que vivem no partir.
Não tomes o meu conselho,
fica só se quiseres aqui estar.
Não julgues este apelo como o pranto
da doca que vê o navio bravo que parte ao mar,
que se afasta do seu regaço outra vez,
restando-lhe só as ondas para a confortar.
Não vás embora agora ou vai-te de embora de vez!
Fica ou abandona.
Volta as costas ou caminha para a minha cama!
Das duas, três...