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16/12/2014

Sem dúvida

Não vás embora agora que ainda é tão cedo.
Não saias agora para o frio agreste, 
que corta as lágrimas de quem chora,
que despe um sorriso a quem o veste.

Mas se fores embora, vai-te de uma vez!
Uma sem retorno, regresso, 
revolta, retrocesso!
Se fores embora, não ficarão em mim 
mais recados de ti, 
nem no meu peito o teu toque,
nem na minha boca o sabor dos beijos 
a teu jeito.

Mas não vás embora agora.
Quero-te em mim.
Como a árvore quer a raiz.
Sem frases a fugir com palavras 
que desejam ficar e silêncios 
que vivem no partir.

Não tomes o meu conselho, 
fica só se quiseres aqui estar.
Não julgues este apelo como o pranto 
da doca que vê o navio bravo que parte ao mar,
que se afasta do seu regaço outra vez,
restando-lhe só as ondas para a confortar.

Não vás embora agora ou vai-te de embora de vez!
Fica ou abandona.
Volta as costas ou caminha para a minha cama!
Das duas, três...