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04/12/2014

Convoluto

Quarto sem cama.
Em espanto.
Casa com azulejos em escolha deveras feia.
Som sem emenda.
Abraços sem braços.
Tu.
Corpo em mentira.
Tudo em cheque.
Telhado sem chão.
Pedaços de tijolo sem razão de ser casa.
Tumultos nas células.
Segredos em maços de beijos.
Cigarros que não foram fumados por não ter quem os fume.
Tu.
Esmorecimentos.
Ausências sem solidão mesmo.
Sede e fome de ter sede e fome.
Se.
Se não.
Quartos sem nomes e sem quem faça amor neles.
Serpentes sem dentes como os teus cabelos.
Fugitivos sem nexo.
Tu.
Sempre tu.

Sem um eu pelo meio.