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18/12/2014

Desalmado

Dei o nome ao rasto.
Subi as escadas 
sem ninguém que escute os passos.
Preguei o endereço 
por debaixo da fotografia.
Comi as lágrimas em catadupa.
Misturei-me nas vidas 
com jogos de luta.
Pedi o que não era para ser meu.
Ousei e não abusei das ramadas 
das árvores enervadas.
Tirei a minha prata dos cabelos e a mergulhei 
em teses de ideias desfeitas.
Atirei o meu dedo ao altos.
Arrumei-me por dentro dos dentes.
Aprimorei a minha destreza 
derrubando muros de energúmenos.
Apaixonei, fiquei estático.
Nos soalhos estavam 
pedaços escassos de mim, 
os que a ventania não quis.

Na minha frente,
só sobrou a raiz.