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20/12/2014

Limbo

Apetece parar.
Não me mexer.
Nem falar ou crer.
Só estar.

Apetece-me nada me apetecer.
Parado em estado mudo.
Com o silêncio de dentro a nascer.
Sem escutar, estar só surdo.

Apetece-me esquecer o meu nome.
Premeditar quando os meus olhos se fecham.
Não sentir nem frio, sede, fome.
Viver ao vento, sentir que os meus pés não se queixam.

Apetece-me,
rever sem estar, sem embalar a dor.
Sem dar oportunidade ao que me consome.
Avançar sem temor.


Nasceria de novo
só para ter a certeza comprovada,
de que afinal não nasci para nada.