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16/12/2014

Escolha

Fui para o meio do deserto para te esquecer!
Entre palavras caídas, 
pisei as que tinham as letras do teu nome.
Para que o que não é visto, sentido e bafejado,
não seja mais pronunciado, gritado ou ungido!
De penumbra me trajei e deixei o meu corpo fugir de mim.

Nas rochas quentes e abrasadas,
escrevi o ultimo poema da minha vida.
Não escreveria nunca mais!
Nem mesmo o meu nome,
porque o meu nome tem as letras do teu a mais.

E engulo em seco.
E fecho os olhos para os não abrir nunca mais.
E mordo a língua para não falar nem dar vazão e fuga à dor!
E aprisiono o meu corpo nestas dunas feitas de metades de ti.
E baptizo-me em areia milenar, 
torno-me deserto,
porque é aqui que vou ficar.

Ninguém me ordenar a deixar de amar!