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11/10/2014

Florescer

Tenho as mãos fechadas.
Abraçadas uma na outra.
Os pés nas terras esfriadas da manhã.
Tenho o peito em fogo iriçado.
Tenho a visão da porta da liberdade.
Do escape que é o meu sonho de morte solta.
Tenho espelho que nunca me reflectiu.
Tenho os teus beijos de café morno.
Tenho o ar que me consente à vida.
Tenho os dentes, estes caninos afiados, 
prontos aos ataques por instinto,
defesas no labirinto.
Tenho a escuridão.
Tenho a vida das noites,
a demora das madrugadas mal despertadas.

Tu tens todas as manhãs.